segunda-feira, 10 de janeiro de 2011


BRINCADEIRAS DE CONSCIENTIZAÇÃO


NECESSIDADES ESPECIAIS
Quando nasce, o interesse da criança é centrado em si mesmo, isso para suprir suas necessidades básicas e de afeto. Mais adiante, o seu interesse se estenderá para sua família. E futuramente, no convívio com seus pares, sua atenção se ampliará até que, com a maturidade, ela se interessará por questões relacionadas aos problemas da humanidade.

Levando-se em conta os estágios de amadurecimento mental da criança, propomos estas brincadeiras que fazem com que ela vivencie concretamente, por meio da percepção, questões atinentes à diversidade do ser humano.

A brincadeira é um meio fundamental para o desenvolvimento intelectual da criança, então, o objetivo é que você trabalhe com as percepções táteis, olfativas, auditivas, visuais e atividades de coordenação motora.

As brincadeiras a seguir, servem para a conscientização acerca de pessoas com necessidades especiais.

É muito importante que seus alunos estejam preparados para saber como lidar com um colega que tenha alguma característica física diferente. E a melhor forma para isso é fazer com que eles próprios vivenciem certas atividades para que se coloquem no lugar do outro.

Acreditamos que estas brincadeiras os ajudarão a compreender as habilidades e limitações de outras pessoas. Além disso, são brincadeiras que estimulam os sentidos e são fundamentais para o desenvolvimento infantil.

CONSCIENTIZANDO ACERCA DA DEFICIÊNCIA FÍSICA
• COORDENAÇÃO MOTORA

Diversas formas de andar

Divida a sala em três ou quatro grupos e sugira uma discussão sobre as diversas formas de andar. Se tiverem dificuldades faça sugestões como: bebê aprendendo a andar; pessoa com perna engessada, cadeirante, mulher de salto alto, idoso.
Em seguida cada grupo terá que representar um meio diferente de se mover.

Aplicação

Pergunte qual foi a sensação de se locomover de forma diferente. Explique que as pessoas se locomovem de diferentes formas por algumas razões. Questione porque um bebê anda de forma diferente e direcione as respostas até que cheguem a conclusão de que é porque a criança está aprendendo, ainda não sabe como fazer e precisa de equilíbrio. Peça ainda, que comentem sobre a forma de locomoção do cadeirante.

Encerre dizendo sobre a importância de respeitarmos pessoas com necessidades diferentes das nossas, e sempre que pudermos devemos ser solícitos com pessoas que precisam da nossa ajuda.

Andar na corda bamba

Faça no chão da sala uma linha com fita adesiva colorida. Peça que cada aluno percorra a linha com os dois pés em cima da linha. Certamente precisarão de equilíbrio, então argumente um pouco sobre a importância do equilíbrio para se locomover.

CONSCIENTIZANDO ACERCA DA DEFICIÊNCIA VISUAL
• PERCEPÇÃO TÁTIL

As seguintes atividades servem para trabalhar com a percepção tátil.

Caixa surpresa

Providencie antecipadamente uma caixa de papelão e recorte um círculo de 15 cm de diâmetro na lateral, que será o local em que as crianças colocarão a mão.

Separe alguns objetos (ralador, abacaxi, carrinho, livro, bola, etc) e esconda dentro de um saco plástico preto ou em outra caixa, para ir colocando na caixa com o recorte.

Para iniciar a brincadeira, vende os olhos de um aluno e peça que coloque a mão dentro da caixa e, por meio do tato, tente adivinhar qual é o objeto. É interessante que você tenha pelo menos um objeto para cada aluno adivinhar.

Adivinhe a forma

Providencie um material chamado “Blocos Lógicos”, são blocos em forma de figuras geométricas em madeira ou EVA. Certifique-se de que todos os seus alunos saibam quais são as formas geométricas existentes. Em seguida vende os olhos de um aluno e peça para adivinhar qual é a forma do objeto que pegou.


• PERCEPÇÃO OLFATIVA
Cheiro de quê?

Selecione diversos tipos de alimentos e temperos, tais como: canela, orégano, catchup, bala de hortelã, morango, etc.

Coloque cada item em um saquinho escuro ou potinho que não seja possível enxergar o que tem dentro. Vende os olhos de um aluno e peça que adivinhe o que tem dentro do saquinho por meio do olfato Se possível prepare um item para cada aluno adivinhar.

Aplicação

Após realizar as atividades pergunte o que as crianças acharam e direcione o assunto a de forma que compreendam a importância da visão. Por fim, questione como seria a vida delas se não enxergassem. Conscientize acerca da importância de acolher pessoas com deficiência visual. Comente que a visão é muito importante, mas também há outros sentidos que são igualmente fundamentais, e que quando uma pessoa não pode enxergar estes outros sentidos ficam mais aguçados como o tato e a audição.

CONSCIENTIZANDO ACERCA DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA

• PERCEPÇÃO VISUAL

Mímica

A brincadeira para trabalhar com a percepção visual já é conhecida: a mímica. Você pode fazer a brincadeira de diversas formas, como: dividir a sala em dois grupos e cada grupo faz a mímica de um objeto, uma ação ou de uma história bíblica para o grupo adivinhar. Ou ainda, poderá usar variações dela, como por exemplo, contar uma história bíblica através da mímica, ou até mesmo fazer uma aula toda em mímica. É só usar a criatividade.

Desenho

Outra forma de se expressar, sem palavras, é o desenho. Este também pode ser uma variação da mímica. Você poderá dividir a classe em dois grupos e pedir que desenhem na lousa determinado objeto, ação ou história para o outro grupo adivinhar. Se achar interessante ousar um pouco mais, tente montar parte de uma aula somente com figuras. Ou mesmo para a recapitulação de um assunto, usar um desenho e perguntar aos alunos o que percebem a partir dele.

Sentindo o som

Para os alunos compreenderem como um deficiente auditivo sente a música, seria interessante que você colocasse uma música no rádio e pedisse que elas fechassem os olhos e procurassem sentir as vibrações que ela causa na sala, na cadeira ou na mesa, por exemplo.

Aplicação

Peça que falem como se sentiram não podendo usar a fala para se comunicar e como foi descobrir outras percepções que a música causa, além da auditiva, assim poderão perceber como um surdo se comunica e entende o som.

No caso de pessoas surdas, a visão é muito importante. Comente que para um surdo existe outra forma de comunicação, a linguagem de sinais que se chama LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais. Se você conhecer alguém que saiba usar esta linguagem pode pedir que ensine alguns sinais para as crianças que certamente se interessarão e aprenderão com facilidade para poder se comunicar com algum surdo.

Virginia Ronchete David
Psicóloga

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